A constante busca


Corre o homem diariamente de um lado para outro.
Desde a aurora até bem depois do pôr do sol.
Passos apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio.
Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante.
Nunca tem tempo para nada.
Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução de seus objetivos.
Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida?
Para onde dirige seus passos?
O que espera ele encontrar?
Sabe, realmente, o que quer?

Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: “a busca da felicidade”.
Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente.
Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito.
Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece.
Quando o amor é correspondido.
Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas.
Quando o emprego almejado é obtido.
Quando um título é alcançado.
Quando tudo parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos.
Nessas ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face.
Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando:
“Consegui! Venci!”.
Como se o mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade.
Mas isso é apenas uma ilusão.
A fragilidade daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante.
Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos.
O retorno à realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória.
A luta continua.
Não pode o homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir.
Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada.
Nessas horas, quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo.
Tem a sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele.
Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar.
Sempre.
Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que “a felicidade não é deste mundo.”

O que busca você?
O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero?
O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?
Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo.
Satisfações materiais não saciam por muito tempo o corpo, tampouco a mente que deseja a paz.
Por outro lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez.
A consciência tranqüila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se repouse a cabeça no travesseiro todas as noites.
São situações em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo.


Equipe de Redação do Momento Espírita.




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